O Estado de Santa Catarina recebeu rating “BBB- Perspectiva Estável” da Fitch Ratings, uma das mais importantes agências internacionais de classificação financeira. O rating é uma análise feita por agências financeiras sobre a capacidade de um órgão (país, Estado, município ou empresa, por exemplo) de saldar compromissos financeiros. A avaliação atribuída à Santa Catarina é considerada positiva, pois demonstra uma perspectiva estável.

A agência destaca o desenvolvimento do setor industrial de Santa Catarina, que responde por 34,1% do PÌB do Estado. "É alto quando comparado à média brasileira (22,5%)", diz a nota.

Com relação à sensibilidade dos ratings, a agência destaca que, apesar de improvável no curto prazo, os ratings de Santa Catarina poderão ser beneficiados por uma melhora geral no desempenho orçamentário do Estado, aliada a medidas corretivas no sistema previdenciário. Como fatores negativos, a Fitch faz um alerta: “as margens operacionais abaixo de 5% e os passivos de curto prazo consistentemente acima de 30% do passivo total podem levar a uma ação de rating negativa”, destaca a Fitch.

Segundo a agência, os ratings do Estado de SC se baseiam nas margens operacionais relativamente altas, cuja média foi de 15,1% nos últimos cinco anos encerrados em dezembro de 2012, quando atingiu 11,3%. “Os ratings incorporam também a relativa maior autonomia tributária estadual. As receitas próprias de Santa Catarina representaram 80,2% de suas receitas operacionais em 2012”, relata a agência.

De acordo com a Fitch, Santa Catarina enfrenta pressões sobre as despesas de pessoal, muito próximas dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Mas a agência destaca que a administração se mostra ciente do problema e vem adotando algumas ações de contingência, cujos efeitos positivos deverão ser observados nos próximos trimestres. “A Fitch acredita que haverá ajustes para frear o aumento das despesas após as eleições estaduais de 2014”, destaca a nota.

Para a Fitch, Santa Catarina apresenta índices “medianos” de endividamento. A dívida financeira representava 2,3 anos do saldo operacional no ano passado, após o acordo de refinanciamento com o Bank of America para liquidação de parte da parcela da dívida junto ao governo federal.

A agência também destaca que a dívida total em moeda estrangeira aumentou sua representatividade, alcançando, em setembro deste ano, 16,4% da dívida consolidada, inteiramente garantida pelo governo federal. "A Fitch observa que o estado ainda não implementou um teto para a dívida em moeda estrangeira, o que representa uma potencial ameaça ao futuro desempenho orçamentário. Estas dívidas não possuem hedge e o estado não tem receitas diretamente ligadas ao dólar”, relata a agência.

Ratings afirmados pela Fitch

·         Rating de Longo Prazo em Moeda Estrangeira 'BBB-' (BBB menos); Perspectiva Estável

·         Rating de Curto Prazo em Moeda Estrangeira 'F3';

·         Rating de Longo Prazo em Moeda Local 'BBB-' (BBB menos); Perspectiva Estável

·         Rating de Curto Prazo em Moeda Local 'F3';

·         Rating Nacional de Longo Prazo 'AA(bra)'; Perspectiva Estável

·         Rating Nacional de Curto Prazo 'F1+(bra)' (F1 mais(bra))