segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013, às 14:11h.
Por Antonio Gavazzoni, Secretário de Estado da Fazenda de Santa Catarina
Um sentimento presente de insegurança, potencializado pelos recentes atos criminosos, afeta o espírito dos catarinenses. Rapidamente, somos levados a eleger as razões deste fato social. O culpado é o Estado. Será? Sim, grande parte das razões pode ser apontada aos entes públicos e à classe política que o dirige. Com despesas correntes insuportáveis, o Estado fraqueja. Todos queremos mais salários, mais serviços, mais previdência, menos tributos... Mas o modelo federativo concentra mais de 70% da arrecadação em Brasília. Dividimos as migalhas com 295 municípios!
Somente a folha de pagamento da segurança publica catarinense custou no ano de 2012 R$ 1,711 bilhão! Isso mesmo: um bilhão setecentos e onze milhões! E custará dois bilhões em 2013. E muito ainda precisa ser feito para dar padrão de dignidade aos nossos homens e mulheres que atuam neste setor. Daí pergunto: qual o investimento federal na segurança dos catarinenses?
Não precisamos da fraca força nacional (que detém 1.280 homens para o Brasil inteiro), precisamos do dinheiro que Brasília concentra. Não através de empréstimos, mas de transferência voluntária para a construção de presídios e sua manutenção, para a aquisição de equipamentos modernos e tecnologias para nossos policiais. Demagogia política já é insuportável pela sua natureza e piora muito quando se aproveitam do momento para enfraquecer as instituições históricas de nosso estado.
Faço um desafio aos críticos de plantão: tragam de Brasília recursos equivalentes a um ano de folha de pagamento, apenas um ano, e estaremos transformando nossas estruturas de segurança.
Nestes dois anos de Governo Raimundo Colombo a segurança pública recebeu o acréscimo de 3.154 novos policiais (quase três vezes a força nacional inteira). A maior convocação já feita por um governo! Homens e mulheres preparados já reforçam a estrutura da força policial catarinense. Nesta semana foi autorizado o chamamento de mais 1.500 novos policiais militares. Será suficiente? Não. O Estado não é onipresente, não estará em todos os espaços e em condições de evitar todo crime. Por isso ele, o crime, existe no mundo.
Alguns se apressam em cobrar do Governo providências. Compreende-se a angústia, mas o governo precisa ser responsável e muitas das medidas, já efetivadas, não podem ser publicadas por puro populismo e para a defesa política da imagem do governo. São decisões técnicas que estão sendo ativadas diuturnamente sem prevenir os criminosos. A força policial catarinense vencerá esta batalha. Mas no âmago, o modelo federativo de concentração do dinheiro em Brasília continuará a pressionar o tecido social rumo à ruptura.